Hoje, ao limpar minhas gavetas, acabei por ler uns textos que retirei dum blog; são textos antigos, que remontam à época em que não conhecia meu ‘boyfriend’ (???), mas eles me deixaram com a ‘pulga atrás da orelha’.
Por óbvio que eles podem não dizer nada, como nada significavam os textos que escrevi num site de uma amiga (e que ele achou que se referiam a ele), mas acho que o mesmo bicho que o mordeu resolveu alimentar-se de meus medos.
Merde! Porquê diabos temos de ser assombrados por medos, por dúvidas? Olha…geralmente sou uma pessoa cordial, pouco chegada à xingamentos & afins, mas estou com uma vontade louca de soltar impropérios!
Sabe quando um monte de ‘e se….?’ ficam populando em nossas mentes?
E se …tudo não passar de um jogo?
E se… estiver fazendo papel de palhaça?
E se….estiver sendo enganada?
E se…estiver entregando meu coração à quem não merece?
E se…? E se…? E se…?
INFERNO!
Ou será que o ditado está certo (‘O inferno são os outros’?)
Sei lá, acho que tenho muito ainda a aprender sobre relacionamentos, mas o pior mesmo é dominar minha natureza desconfiada.
Depois de uma determinada situação que vivi em minha vida, fiquei assim; E EU NÃO GOSTO DE FICAR ENXERGANDO PERIGOS OU INIMIGOS EM CADA PERSONA que aparece em minha frente!
Todos me dizem que é preciso ter confiança, sobre confiança, aprendi que:
Confiança é o ato de deixar de analisar se um fato é ou não verdadeiro, entregando essa análise à fonte de onde provém a informação e simplesmente absorvendo-a.
Confiar em outro é muitas vezes considerado ato de amizade ou amor entre os humanos, que costumam dar provas dessa confiança.
A confiança é muito subjetiva porque não pode ser medida, é preciso ter confiança em quem se confia para poder confiar, o que torna a confiança um conceito intrínsico.
Confiança é o resultado do conhecimento sobre alguém. Quanto mais informações corretas sobre quem necessitamos confiar, melhor, formamos um conceito positivo da pessoa.
O grau de confiança entre duas pessoas é determinado pela capacidade que elas têm de prever o comportamento uma da outra. Também é “a expectativa que nasce no seio de uma comunidade de comportamento estável, honesto e cooperativo, baseado em normas compartilhadas pelos membros dessa comunidade”. Quando isso ocorre, tenho condições de prever o comportamento do outro em uma dada circunstância. Confiança é previsibilidade do comportamento. Ao observar o comportamento de alguém, somos capazes de identificar os valores que determinam por que as pessoas se comportam de uma determinada maneira. Portanto, quando digo que confio em alguém, estou querendo dizer que: a) pertencemos à mesma comunidade de valores, e b) sei que ele estará tão orientado para atender a meus/nossos interesses quanto eu próprio estaria se estivesse no lugar dele. Quando isso acontece, as pessoas não negociam: elas são capazes de entregar um cheque em branco e assinado.
Então vejamos = são requisitos básicos da ‘confiança’:
a) Que a pessoa em que confiamos possua os mesmos valores que nós. Bueno. Como é que eu posso saber, se mal o conheço? Como posso saber que ele possui os mesmos valores que eu? É possível ter certeza, hoje ou algum dia?
b) Que conheçamos a pessoa em quem confiamos o suficiente para que possamos prever o comportamento dela diante de certos fatos/situações. OK. Isso também não tenho, pombas! Um mês não é suficiente para que conheçamos a pessoa a este ponto (e, para falar a verdade, nem sei se 1 semestre, 1 ano, 1 decênio seriam suficientes, pois tenho amigos que conheço à milênios e ainda os pego em pequenas mentiras, o que é deveras aborrecido),
c) Que saibamos que a pessoa em quem confiamos tenha seu comportamento orientado no sentido de atender aos nossos interesses. Tá, tá ta. Essa certeza também não possuo. Francamente!
Outro dia ele me enviou um torpedo ‘quem disse que a vida é feita de certezas?’ aludindo a uma insegurança dele com relação a nosso relacionamento, que poderia ter sido abalado por uma discordância.
Como resposta eu telefonei e falei exatamente isso, que a confiança nasceria com o tempo. É, falar é fácil. Racionalmente EU SEI; sentimentalmente, TENHO DÚVIDAS. Meu coração é feito de manteiga e bem sei o quanto sofro em términos de relacionamentos (especialmente aqueles que ‘não dão certo’).
Bela redundância, ó, nobre escritora! Se o relacionamento terminou, não é exatamente por não ter dado certo?
Destesto ficar neste estado de espírito. Tenho medo de perder (como se fosse possível perder algo que não é nosso…de mais a mais, ninguém é de ninguém mesmo). Mas a companhia dele me faz bem, gosto dele e não queria ser privada dessa gostosa sensação de cuidar/acarinhar/mimar/beijar quem eu gosto.
Talvez eu esteja indo com muita sede ao pote e temo por quebrá-lo, vertendo o mel. Sei lá, só sei que nada sei e quanto a isso ainda tenho minhas dúvidas.
Odeio ficar neste estado de espírito: esperando um determinado golpe baixo que pode nunca vir (como também pode estar prestes a ocorrer). Isso não é muito justo com ele (julgá-lo com o fiel dos relacionamentos anteriores que tive). Todavia, não olvido que muito colabora com isso a distância. O que é outro inferno!
Por certo não ignoro que também colabora com meu caráter desconfiado o fato de ser super independente: é difícil colocar-se nas ‘mãos de outrem’, isso importa em certo desapego de si mesmo (será que estou ‘viajando demais’?); é difícil colocar nas mãos de outrem o julgamento quando somos programados para pensar por nossas próprias cabeças e agir conforme nossos próprios desígnios.
Inferno! (ah, se mamãe visse o quanto repito esta palavra! Receberia um belo puxão de orelhas, isso sim!).
Quando alguém, desde cedo, foi treinado para solucionar seus problemas sozinhos, para tomar as decisões sozinhos, para pagar as contas sozinho, para pensar por si mesmo….caramba! Colocar-se nas mãos de outrem, confiar é um verdadeiro desafio!
Inferno! Também já estou farta de escrever isso, vou postar logo antes que me arrependa. Querem saber se farei algo a respeito? Não. Vou dormir com o ‘problema’ ou, quem sabe, deixar a areia escorrer pela ampulheta. O tempo dirá (Janete Claire ficaria orgulhosa :D)