Sardas

contava aquelas sardas,
e aquelas sardas me contavam:
pertenço a um rosto-menino;
e aquele menino tem um rosto;
um rosto que olho perscuto, com verdadeiro gosto,

perdia a conta das sardas,
e passava a contá-las de novo,
perdia-me naquelas sardas,
perdia-me naquele rosto,

A Jardineira

Semeei,

Reguei,

Vi brotar…

Transplantei mudas,

Adubei,

Tornei a regar;

Podei os galhos,

Retirei espinhos,

Recolhi folhas mortas….

Até que,

Finalmente: colhi as flores,

Sorvi os frutos;

Sentei satisfeita

À sombra das árvores já crescidas,

Peguei um livro e li;

Os pássaros me faziam companhia,

Ao som do canto deles, adormeci;

Enquanto ressonava, um sorriso me aflorou aos lábios!

Um dia de cada vez

Havia um disco em minha vitrola,

Que tocava incessantemente músicas antigas,

Fora de meu tempo,

Além de minha vida,

Areia que refaz o caminho da ampulheta

Resquício de um passado que quer voltar….

Tentei desligar, apertando o ‘power’,

Mas a vitrola parecia assombrada,

Como assombradas são algumas lembranças de outrora….

Num ato de negativa,

De rebeldia

(tu não tornas!)

Puxei o plug da tomada,

E o silêncio se fez….

Mas não era silêncio opressivo,

Antes libertador,

Antes pacífico…..

Fiquei a meditar

Sobre os caminhos que a vida revela,

Olhando o passado,

Sofro, sorrio….

A medida da dor

Ou da alegria,

Reside na intensidade e constância

De cada experiência….

O futuro também poderia,

Ser fonte de prazer,

Ser nascente de alegria….?

A esperança em dias felizes do porvir

É capaz de tomar precioso tempo….

Então, tal qual fiz com o passado,

Abandonei o futuro,

Entreguei-me ao presente…

Só aguardo,

A cada sol poente,

O nascer de um novo dia!

10 centavos de beijos!

10 centavos de beijos, você diz…
1 bilhão de dólares em carinhos, digo eu!

Se pudesse reunir toda a riqueza do mundo
em minhas pequenas mãos,
Não entesouraria para mim,
Dá-la-ia a você!

Todos os feriados,
Finais-de-semana,
Dias santos,
Ou não tão santos assim…
Não são suficientes para sanar
A falta que sua presença me faz durante a semana,

Todos os telefonemas,
Scraps, torpedos & afins,
Não bastam para substituir o que tua presença
Ocasiona em mim!

Sinto seu cheiro por toda minha casa,
Sinto-o ainda em mim…
E quando me dizes que sente o mesmo,
Com poucas palavras e mais atos,
Digo que fico ‘fora de mim’….

Conto nos dedos os dias,
Minutos, segundos, milésimos….
Transformei-me numa ampulheta,
Cuja noção de tempo-espaço está ligada a ti

Me chamas de ‘amor’,
Eu, reticente, não retribuía,
Cética que sou, duvidava…
Mas a dúvida virou certeza,
Agora repito seu nome aos ventos,
Converso com flores,
(só não abraço árvores pq isso seria demais, né? Haha!)
…o romantismo, novamente, aflorou em mim….

O que faço contigo, meu italiano,
Cujo nome termina em ‘cy’?
Alias, o que faço comigo,
Assim tão apaixonada por de ti!

Mas a espera, dura…
É recompensadora.
Então espero, é claro que espero!
….agora durma!
Bom descanso, te vejo você amanhã!

Derretendo-me

Você disse:

Você foi a coisa mais importante que ocorreu em minha vida

Isso derrubou-me por completo,
Enterneceu-me por demais,

Minha resposta?
Olhe em meus olhos e a obterá!

Valores pessoais

Luar

Caro leitor, se você espera uma notícia jurídica, com aqueles pífios excelentes comentários; ou uma análise de um livro qualquer, melhor parar por aqui. Esta postagem é pessoal…..

Estava lendo o livro ‘Vícios não são crimes’, de Lysander Spooner e não pude deixar de pensar em alguns aspectos de minha vida, repensando o que, na verdade, para mim e para as outras pessoas, são os ‘valores’?

Semestre passado liderei um grupo de estudos (cuja freqüência dos alunos valia como curso extracurricular para composição das horas obrigatórias de atividades complementares, enquanto para mim valia atividade de ‘monitoria’, relativo à estágio obrigatório). Por conta de uma confusão acadêmica, os comprovantes de freqüência não foram entregues nos períodos determinados.

Isso causou aos alunos o inconveniente de terem de se rematricularem na disciplina (atividades complementares) e, apresentarem ditos comprovantes. O incômodo parava por aí: inocorreram quaisquer prejuízos financeiros ou afins.
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