Teorema Vandré

Ontem recebi precioso presente,
de verdadeiro amigo.
Era algo cujo conhecimento me era necessário;
publico-o aqui neste espaço por entender que todos
deveriamos conhecer a ‘teoria’, copiá-la e guardá-la
no bolso: pois todos, ora ou outra, caíram, caem ou cairão
e tais armadilhas.

O Teorema Vandré

O objeto desta teoria são pessoas.
E existem os seguintes fatores envolvidos:

Fator 1 – Somos em tese únicos responsáveis por nossas decisões, certo?
Fator 2 – Algumas pessoas têm tendências a baixa auto-estima.
Fator 3) Não existe regra que diga que fulano ou beltrano tenha tendência a isso então
(atenção a essa parte) A PRIORI todos nós, seres humanos temos essa POSSIBILIDADE.
 
Junte tudo e temos o teorema Vandré
Pessoas escolhem o que querem da vida. Algumas têm baixa auto-estima e tendem a se escravizarem a algo que elas alegam que não podem viver sem. Isso acarreta que crápulas mal-intencionados usam tais pessoas em benefício próprio
Todos nós já nos sentimos pra baixo, sofremos por amor. Mas temos que distinguir o que é um sentimento puro e um entorpecente.
Qdo a pessoa precisa daquilo como uma droga
A PRIORI tal coisa pode acontecer com todos nós.
Temos que ter equilíbrio e saber dosar.
A PRIORI pode ser com você, comigo ou com qualquer um.
EM PRINCÍPIO, mas não como uma LEI definitiva.

O grande perigo de tudo isso reside num fato:
Se uma pessoa se escraviar à outra, esta outra a dominará.
Se esta outra perceber que a pessoa dominada será capaz de uma idiotice pra ficar com ela
(meu, meu, meu AHAHAHA, VC É MEEEEEEEU),
ela pode (dependendo de seu caráter) usar isso em proveito próprio.

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Este é o Teorema Vandré. Não pertence à nenhuma série. Está meio resumido pois não anotei nada e tive de rememorar (‘escrever de cabeça’), e minha mente não é fotográgica.

Publiquei por entender de relevância para todos.

Petrarca

 

Petrarca e Laura 

Trovommi Amor del tutto disarmato,

et aperta la via per gli occhi al core,

che di lagrime son fatti uscio e varco.

Però, al mio parer, non li fu honore,

ferir me de saetta in quello stato,

a voi armata non mostrar pur l’arco.

* * *

Amor me viu de todo desarmado,

e dos olhos ao peito aberta a via

por onde rolam lágrimas em vulto.

Entanto, a meu ver, honra alguma havia

em ferir-me com seta em tal estado,

e seu arco de vós manter oculto.

* * *

Fonte: Reversibilidade

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Da série: palavras emprestadas

Voltinhas no carroussell

Praia Grande-SP em 28.01.2008 

A vida humana é relativamente curta,
Por ser tão curta, é que devemos valorizar por demais
O que somos,
Quem somos,
Como somos,

Quem amamos,
Quem nos ama,
Como amamos e somos amados,

O que temos,
O que teremos,
O que queremos,

Como dito em um documentário que vi,
É a vida apenas uma voltinha no carroussell,
Dura pouco, apesar da impressão de eternindade,

A liberdade mais profunda
é aquela que nos permite estarmos libertos
dos grilhões à que nos prendemos espontaneamente
e, às vezes, sem que disso nos demos conta,

O amor mais sincero,
É aquele que não busca aprisionar o outro,
Nos grilhões que criamos,

O amor mais importante,
é o amor próprio: como podemos amar alguém se não nos amamos?

A mais completa doçura,
É um beijo açucarado de uma criança
(como, p.ex, o da Duda),

O sorrido mais aberto,
É aquele que sai espontaneamente.

Neste fim-de-semana,
Que tinha tudo para ser tristonho,
Foi belo, doce e profundamente emotivo,
Dei uma ‘voltinha’ no litoral de Sampa,
Com pessoas que correspondem ao amor que lhes devoto.

Poderia eu passar a vida lamentando,
O que quero e não tenho ou está longe,
(passar a vida sonhando…)
Mas escolho passar a vida sorrindo,
gozando o que tenho, que quero e está perto,
(e passar a vida – esta ‘voltinha’ – realizando).

* Veja que céu/mar mais lindos, não é a melhor praia do mundo, mas foi a melhor neste dia*

by me 

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Da série: retratos de uma vida.

Palavras

“…Uma salva de tiros de canhão
pela saúde da Palavra, pois só ela,
empregada com rigor e exaustão, implodirá
o peito majestoso da miséria,
a usina do saber e seus sacros algozes
que nos encarceram nas prisões
dessas formulações mentais atrozes,
que desviam a vida de seu êxtase
para uma utilitária e estéril equação.

Quem mais celebrará a morte
desses ideólogos bovinos, pastadores
de nossas consciências, ruminantes que
nos distanciam do riso, da esperança
tecelã da alegria e bailarina?

Saúde à palavra e seu poder,
que nos adestram em armas e nos levam
a combater nos ferais campos
da batalha rural e citadina.

Só ela nos deixa esquecer da interdição,
dos torpes hospitais, dos catres públicos,
onde o feto do homem dorme
com ogivas murmurando monossílabos.
Em sua honra, eu, poeta varonil,
vomito a ira pelas bordas
do abismo do Brasil”

by Erorci Santana, in ‘Maravilta e outros Cantares’

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Da série: releituras

Ira

Cronos, devorando seus filhos (Goya) 

Estou furiosa!
Puta da vida!
Com raiva!

Quero pedras!
Quero espadas!
Quero uma vingança soberba!
Estou babando de ódio,
De rancor, de mágoa!

Meus olhos chispam,
FIRE! FIRE! FIRE!
Meu estômago dói!
Estou me corroendo!

Ácido sulfúrico,
Corrosivos,
Explosivos!

Em minha fúria,
Queria sodoma!
Chuva de fogo,
Vulcões,

Tempestades! Trovões!
Minha voz retumba num grito!
AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Quero gritar!
Quero esmurrar!
Quero chutar costelas,
Bundas…

Sou eu Cronos,
Devoro meus filhos!
Sou eu Medusa,
Transformando humanos em pedra!

Sou eu Prometeu,
Roubando a chama dos deuses,

Sou Dalila,
Traindo Sansão,
Roubou-lhe a queixada de mulas!

Estou furiosa!
Estou soberba!
Estou queimando em febre!

Quero tua pele,
Dilacerar teus ossos,
Vilipendiar-te,
Matar-te,
Destruir-te

Sou serpente,
Que te convence,
Que te engana,
Que te perde…

Perdição!
Maldição!
Direção!
Coerção!

Maldito!
Infeliz!
Covarde!
Ultrage!

Inferno!

by me

Não me irrite que não ‘tô boa’! 

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Da série: Profundos ódios.

Travesseiros

Lendo: Sociedadez Sonz Anciedadez 

União:
                    Briga de travesseiros,

Separação:
                     Um vazio enorme em minha cama,

Conciliação:
                     Lençóis, cobertores, travesseiros: fora!
                     Restando apenas dois(nós)!

                     O Sol e a Lua

by me

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E.T: estou dodói…..vem me curar? 🙂 😉

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Da série: pensamentos soltos

Cantando (para) a Lua

Lua de São Jorge 

Visitando: Recanto das Palavras 

♫♪♫

Lua bonita, se tu não fosse casada,
preparava uma escada para no céu te buscar,
e se calhasse o meu frio com teu calor,
pedia a Nosso Senhor para contigo casar.

Lua bonita, me causa aborrecimento,
vêr São Jorge num “jumento”,
pisando teu coração,

Por que casastes com um homem tão sisudo,
que come, dorme, faz tudo…dentro do teu coração!? ♪
♫♪♫

by cantiga popular brasileira
(raízes africanas)

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Da série: pensamentos soltos

Palavras emprestadas de uma poetisa

Mulher na praia à noite: “Mulher-praia”, “Mulher-Noite”

Quisera eu ter a leveza de uma pena
E a bravura de um guerreiro
A coragem de um ladrão
E a preocupação de uma mãe…

Pudera eu poder olhar-te nos olhos
E me ver lá dentro
Poder refletir em mim o seu dia fatigante
E repousar em seu colo desatento

Quisera eu ter o canto de um rouxinol
E as garras de um tigre
A sabedoria de um Senhor
E a inocência de uma criança

Pudera eu ter tua saliva
E te sentir em mim
Poder provocar o teu suor
E engolir seu orgulho

Quisera eu ter a nobreza de uma rainha
E a sutileza de um felino
A loucura de um suicida
E a doença de um leito

Pudera eu ser o pão que tu mastigas
E a beleza de teus anseios
O desejo de sua carne
E a pureza do seu coração

Quisera eu ter a magia de um bruxo
E a despreocupação de um mendigo
A frieza de um europeu
E o fôlego de um atleta

Pudera eu me embriagar de ti
Engolir o teu veneno mortal
Gozar do teu prazer
E levitar ao som de sua voz

Quisera, pudera que importa?
Eu meu vazio me perco
E não interessa a ninguém
Ai de mim… Poeta

by Aline Lima

” Ai de nós, amiga; ai de todas nós,

que sofremos nas mãos destes malvados meninos!

by me

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Da série: Navegando em mares revoltos

Num domingo frio de sampa

Foi…’quase’!

Parque
A desilusão de um Quase.
Pergunto-me, às vees,
o que nos leva a escolher uma vida morna;
ou melhor: não me pergunto, contesto.A resposta eu sei de cor:
Está estampada na distância e frieza dos sorrisos,
na frouxidão dos abraços,
na indiferença dos ‘bom-dia’,
quase que sussurrados.

Sobre a covardia e falta de coragem até para ser feliz.

A paixão queima,
O amor enlouquece,
O desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos
para decidir entre a alegria e a dor,
sentir o nada, mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio termo,
O mar não teria ondas,
Os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira,
não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio
que cada um traz dentro de si.

Não é que a fé mova montnhas,
Nem todas as estrelas estejam ao alcance,
para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos
somente a paciência, porém, preferir a derrota prévia
à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão;
Pros fracassos, chance;
Pros mores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio
Ou econimizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque,
que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando,
fazendo que planejando,
vivendo que esperando, porque,
embora quem quase morre esteja vivo,
Quem quase vive já morreu.

by Luís Fernando Veríssimo

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Da série: palavras emprestadas

O Silêncio: Hóspede indesejável.

 Murat Hermanlikli

Estou em silêncio,
Chegou ele sem avisar,
Como quem não quer nada,

Nem sequer bateu na porta,
Entrou como se fosse dono,
Como se eu houvesse
Lhe franqueado a entrada,

Meteu o pé na porta,
(não tinha ele a chave da entrada)
Quebrou o trinco/fechadura,

Abriu a geladeira,
Reclamou que não tinha cerveja,
Perguntou pelo jantar,
Falou que estava de mau-humor,

Sentou-se no sofá,
Pegou o controle, ligou a TV
Desligou meu PC
(que tocava um blues prá me relaxar),

Atônita, perguntei:
‘Quem és tu, o que fazes aqui?’
Com desdém, respondeu:
‘Sou eu teu velho amigo,
Voltei à estas velhas paragens,
só que vim para ficar!’,

Atalhei abruptamente:
‘Não me lembro de ti,
nem quereria me lembrar,
não és bem-vindo aqui,
quanto mais para ficar!’

‘Pois fico!
Quero ver quem vai me tirar’

E amordaçou-me,
Atou-me à si,
Limitando minha imaginação
E sentimentos…
Calaram-se as palavras,
Tanto as ‘sem sentido’,
Quanto as ‘sussurradas’!

Fiquei calada,
Atabalhoada,
Vilipendiada…

Quedei inerte,
Enclausurada no vazio,
O abismo me olhava:
Olhava eu de volta prá ele
.

O vazio de minhas palavras,
Começou a se insinuar
também em meus pensamentos….

‘O que serei eu, se não puder pensar?’
(este foi o meu último pensamento)
Num último sussurro, atalhei:
‘Poderei, algum dia, voltar?’

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As palavras silenciaram, resolveu ele escutar outra voz!

by me

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Das séries: pensamentos soltos, devaneios noturnos.

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